EDITORIAL DE NATAL - DÉCIMA SEGUNDA EDIÇÃO (ESPECIAL DE NATAL)

Hou! Hou! Hou!

Dezembro, mês tão lindo. Natal. Ano novo. Abraços. Troca de presentes. Falsas esperanças. Sinceramente, sabemos que não é bom generalizar, mas este espírito de boas festas fede à hipocrisia.

A Hot vem mais uma vez regurgitar a podridão e a perversão humana. Nossos pequenos estão perdendo a inocência cada vez mais cedo. Um problema?! Não. Apenas devemos aprender a lidar com isso. E ter cuidado com os santos homens, com os bons velhinhos e com as ninfetinhas. Eles estão por ai.

Bom, mas no final é aquela mesma coisa... uma suruba universal. Um gozo intergalático.

ps: A equipe Hot Fritola pessoalmente não tem nada contra as ninfetinhas.

NOITE DE NATAL


- Mamãe.

- O quê?

- Papai Noel existe?

Estavam todos em volta de um pinheiro artificial coberto por plástico colorido e luzes espalhafatosas. Tinha ali também um presépio, era mais uma família-cristã-brasileira-padrão. Um garotinho com olhar ladino mordia um pirulito de caramelo, ao invés de lamber. Já estava todo melado.

- Todas as crianças ganham presentes?

- Não, meu filho, as malvadas não ganham.

- E quem não é cristão, ganha?

- Como?

- É... Eu li que o Papai Noel é na verdade um santo católico chamado São Nicolau, e que ele nem usa vermelho, e sim verde, e que essa coisa de vermelho é por causa de um desenho de um homem chamado Nast, e que a Coca-Cola foi a responsável por espalhar pelo mundo a imagem do Papai Noel vermelho.

UM PRESENTE PARA O PAPAI NOEL


O que ele queria era estar dormindo numa rede em alguma ilha paradisíaca, tomando algum drink alcoólico e tradicional. Sendo paparicado por lindas nativas. Mas não podia. Estava no lugar mais frio. Preparando-se para distorcer o tempo e espaço e satisfazer em poucas horas os desejos das crianças do mundo todo. Mas especificadamente daquelas que podiam pagar.
Por sorte, certos lugares do mundo ele nem colocava os pés.

A correria era intensa no galpão de estoque de inutilidades. Os pequenos homenzinhos verdes corriam de um lado para outro. Organizando. Conferindo. Ele se vestia apressadamente. Acabara de dar “uma” com uma das ajudantezinhas.  Estaria ferrado se sua velha soubesse. As renas iam sendo preparadas. O pequeno “cavalariço” era calmo e pratico.

Tudo ia saindo como planejado. Fechou a fivela do cinto.  Estava pronto. A hora se aproximava.

FELIZ NATAL


É a noite de 24 de dezembro. Um garoto de rua corre na direção do Papai Noel, ele o viu caminhando a sua frente e corre para encontrá-lo, mesmo sabendo que era alguém fantasiado, o encanto da noite de natal o faz correr muito para ter a chance de ver um Papai Noel naquela noite. 

- Papai Noel! Papai Noel!

A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE FINAL


Ele sabia que deveria encontrá-la. Ambos foram concebidos pelo cosmos para terminar juntos em uma noite de comunhão carnal regada a sêmen e líquidos vaginais. A energia do cosmos existia tão somente para permitir a união entre seus corpos. Nem as limitações do tempo-espaço poderiam conter o encontro do universo, nem deus, nem ciência, nada poderia impedir a copulação final, pelo contrário, ambos dariam as mãos e juntos, como nunca estiveram, observariam suas leis sendo jogados ao vento cósmico, e depois sendo pisoteadas pela terra de mil planetas. 

Sem pensar, o magnata do petróleo entrou em sua nau-capitania estelar e singrou até a sede do poder intergaláctico, sem se importar com os protestos dos asseclas da rainha adentrou rumo ao salão real onde acontecia o massacre. Lá chega em 10E-15 segundos, mais rápido que uma partícula subatômica em seu caminho tão aleatório quanto à vida, mas rápido que a existência da humanidade na imensidão do cosmos, mais rápido que o tempo que os Homo no sapiens levou para destruir a Natureza a ele presenteada pelas grandes forças da existência.

O RENASCIMENTO DA PERVERSÃO


A pequena cidade passava por alguns tormentos. Mulheres mortas e estupradas. Jovens degolados e deflorados. Cabeças de porcos espalhados pelos portões floridos.

As autoridades estavam transtornadas. Não sabiam o que fazer. Que explicação dar.

Então o grande e gordo senhor Quincas convocou uma reunião. Tinha algo a declarar. Todos sabiam que quando ele convocava uma reunião ia dizer besteiras. Na verdade ele dizia eram verdades que ninguém queria saber.

Mandou uma carta até para o arcebispo, mas ele, como esperado, mandou um representante: o padre. Na hora marcada. Estavam lá as autoridades e curiosos.

Quincas apareceu. Com uma garrafa de vinho na mão. A camisa aberta no peito peludo. A barriga estourando. De cueca samba-canção.

Pigarreou e chamou outro a sua companhia. Grison. Um homem alto. Magérrimo. Vestindo um ilustríssimo terno negro. Um nariz pontudo que parecia lhe esconder os lábios finos. E prosseguiu:

JINGLE BELLS


 Hoje é dia 23 de dezembro, amanhã é véspera de natal, mas hoje todos ainda estão trabalhando, noto que a cidade está muito movimentada enquanto estou voltando para casa.
        
Meu patrão é um bom cristão. Ele não nos paga hora extra, mas deixou sairmos duas horas mais cedo no dia 23 de dezembro.
                
Ao chegar em casa não tenho outra escolha, antes mesmo do banho vou até a geladeira para beber a água que estiver na garrafa pet mais gelada que encontrar. Woww... Qual foi a minha feliz surpresa ao encontrar um latão de cerveja gelada esperando por mim?

EDITORIAL - DÉCIMA PRIMEIRA EDIÇÃO

Antes de mais nada. Encha o copo. Erga-o. Beba de uma só vez. Encha de novo. Depois grite desesperadamente. Deixe tocar ao fundo "Noturno em DÓ sustenido" do Chopin. Não dê bola para anjinhos travessos e pervertidos. Corra até a festa mais próxima e faça sexo. Não deixe mulher, nem homem sem ter prazer. A falta disto pode acabar com o mundo. Se conheces uma ninfeta insáciavel sexualmente, COMA-A. 

Ela pode acabar tornado-se dona do universo. Se alguém vier lhe falar de imortalidade. Ria. Ria na cara da pessoa. E mande ela se masturbar. A morte é nossa companheira. Gozaremos com ela... nela por ela no fim de tudo. Evite buracos. Mas caso caia em um esteja preparado para o pior. Mas nunca esqueça que é um ser humano. Beba. Coma. TREPE. Depois fume um cigarro. Hummm... não tenho mais nada a dizer. A merda toda já foi dita. Tem mais um pouco ali... nas postagens. Acho que dá pra sacar a ideia.

A VIDA DÁ À MORTE UM STATUS DIVINO


Seus movimentos determinados por amarras cor de anil, no céu um brilho que jamais existiu.

Sua fome e sede eram atos de vaidade, como se não fossem expressões de sua vontade.

Em unidade com o cosmo, sentia-se zero. O zero em comunhão com tudo aquilo que é belo.

Se for verdade todos são loucos, sorria maravilhado. Pobre, sem saber o que havia ao seu lado.

Amarrado! Amordaçado! Fudido! Quebrado! Pisoteado, esquartejado, morto, muito morto, mais que morto, em pedaços atômicos quebrados – estava sua consciência presa ao Uno imutável.

O mundo é a maior de todas as loucuras, a verdade é a maior de todas as mentiras e a morte é o único fim.

A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE II - A ÚLTIMA VAGINA DO UNIVERSO


Desde pequena sempre fora meio depravada. Os ursinhos não usava (todos pandas de pelúcia) para apertar e brincar, e sim para satisfazer-se sexualmente. Aqueles com as linguinhas de fora eram os que mais se divertiam... As bonequinhas? Essas passavam dia e noite em orgias intermináveis enquanto seus namoradinhos bonequinhos sodomizavam uns aos outros como só os bons pederastas sabem fazer. O termo "rosofilia" fora criado por causa dela, pois sentia um estranho prazer sádico em introduzir hastes de rosas em sua Fritola enquanto apreciava o célico aroma das pétalas escarlate tomando suas narinas.

A mãe sempre achou estranho aqueles hábitos, mas na época estava preocupa com outros assuntos: como os recorrentes problemas de funcionamento do Reator de Energia Geonúclea instalado no interior da Terra; o destino da última árvore em cativeiro; o preço das bolsas na próxima liquidação; as variações no câmbio intertemporal e o que fazer para o jantar. Nada demais, afinal, desde a invenção do estado e dos institutos modeladores de cérebros (escolas), os pais não precisavam mais se preocupar em cuidar dos filhos.

O BURACO


Quando Clara morreu. A coisa piorou. Antes estávamos todos a espera da morte. Agora convivíamos com ela. Restava eu, o porco e Rex. Comecei a chamar o porco de Ronk. Não consegui ser mais criativo, mas precisava nomeá-lo. Sentia esta vontade.

Aquele buraco era horrível. A lama se acumulava sob nossos pés. Fedia. Ronk e Rex faziam suas necessidades ali mesmo. E às vezes comiam-na depois. Eu não ia aos pés já fazia seis dias e meio. Apenas mijava um canto. Clara também só havia mijado.

Agora já se passavam três dias que Clara nos deixara. Estendi seu corpo da maneira que pude. Ficou meio curvado, escorado numa das paredes do buraco. O buraco não era muito espaçoso.  Mantinha-a ali por três motivos: Primeiro: jogá-la para fora do buraco era impossível. Segundo: enterrá-la despenderia muita energia. E terceiro: seu corpo ali ajudavá-nos a nos aquecer. Nos amontoávamos junto ao seu corpo toda vez que a noite chegava. Fria. Triste. Desesperançosa.

ENERGIA SOCIAL = 0


Então tudo se repete: a noite comum, as pessoas comuns, a busca comum... Todos ali, perfilados de acordo com a moda da festa da moda, com seus tipos comuns, ensejos, buscas e tudo o mais. Fico num canto da boate, só olhando. Ali no canto tem um cara, é meio gordo, mas forte, parece que tem dinheiro. Carrega uma cerveja, como a maioria das pessoas. Olha de um lado ao outro, parece que em busca de alguém que nunca encontrará.

Há também muitas mulheres. Todas impecavelmente arrumadas. São como os homens, mas sem a cerveja e com roupas mais provocantes. Esperam, esperam e esperam... A noite inteira encostadas numa parede ou grupo ou coisa parecida. Vez ou outra alguém vai lá e fala com ela. Alguns são ignorados, outros são ouvidos; o método de seleção é o mesmo das hienas: nesse mundo o podre prevalece.

“Isso tudo não passa de um ritual fajuto!” Penso comigo. “O que eu tô fazendo aqui?” Chega a dose, com atraso. “Ah, é isso...” Uma loira encosta no balcão.

“Me paga uma bebida?”

“Me paga um boquete?”

A MORTE DA MORTE


Certo dia a morte morreu, já estava velhinha a pobrezinha.

Muitos anos boas notícias ela espalhou, com muitos ela xadrez jogou.

No lugar para onde os mortos vão, agora estava a Morte, feliz sorri pela festa de recepção, no lugar todos eram conhecidos, mas alguns não vieram lhe dar a mão.

O CASTIGO DOS ANJINHOS


Escrevia sobre uma pequena criança com poderes paranormais. De repente sentiu o sangue escorrer pelo nariz. Um par de pequenos cavalos, mais ou menos da altura de 20 polegadas, cruzou na sua frente.

Um odor forte e estranho pairou no ar. Sentia a presença da morte. Uma canção metalizada entrava em seus ouvidos, um trombone atonal embrulhava tudo. Uma voz rouca sussurrou algo: “hrtsortstrtsfrtsrrtsIrtstrtsortsLrtsa”. Não compreendeu.

Pequenos anjinhos dançavam a sua volta. Tinham um olhar LUNÁTICO.  Percebeu que brincavam com um objeto cilíndrico. Seu pênis. Tateou o meio das pernas. Entrou em desespero. Sangrava. Seu falo fora arrancado.

Os anjinhos introduziam o pênis ora no ânus de um, ora no de outro. Sorriam. O sangue que pingava do falo morto pintava os pequeninos celestiais. CELESTIAIS!? Apesar da beleza angelical, pareciam TORTURADORES enviados do inferno.

Não tinham SEXO. Ou melhor, agora tinham o sexo dele. Devia ter parado de escrever sobre estas coisas. Mas a vontade lhe era mais forte. Precisava. As ideias brotavam em sua mente. As imagens. Pequeninos endiabrados.

Tinha medo. NOJO.  Repulsa. Mas fazia. Um prazer estranho lhe possuía no momento. Agora agonizava. Os cavalinhos corriam em círculos. Pareciam desejar ser um carrossel.

EDITORIAL - DÉCIMA EDIÇÃO!

Assim é a vida. Simples. Basta o sexo e um cálice de vinho. Ou melhor, vários cálices de vinho. Entenda como sexo a busca pelo prazer. Pode ser ele grupal, com duas pessoas... ou solitário. Pode ser aquele tradicional "entra-e-sai", homem e mulher. Pode ser aquele com o bichinho de estimação. Ou quem sabe um intergalático?! Se for solitário pode ser amiguinha com amiguinha, se esfregando ludicamente. Pode ser olhando o velho e bom cine prive. Ou acessando a internet e seus videos que carregam velozmente.

Enfim, a ideia é ter prazer. É gozar. Seja com a fritola. Ou ao menos almejando uma fritola... hot. No caso dos cavaleiros. Com exceção dos excêntricos, claro. Mas as donzelinhas que não fiquem de fora. Não precisa ser fritola. "Va bene", pode ser um "pene". Como disse, a vida é simples.

O CHÁ, A PORCA E O LIBERTINO


Os Personagens

Lord Ernest: homem de altura mediana. Costeletas esbranquiçadas. Sempre de terno muito bem alinhado. Possui uma pinta negra discreta no meio da grande testa. Carrega consigo sempre um lencinho branco, pois sua muito. Possui fama de libertino. Vive na noite Boêmia. Sempre rodeado de belas mulheres, fumando charutos e tomando conhaque.
           
Lord Roni: Distinto senhor de meia idade. Muito culto e dono de uma excelente oratória, embora permaneça mais tempo calado e escutando. Adorador dos ritos do chá das cinco. Não perdoa atrasos.
           
Jurema: Empregada de Lord Roni. Uma das criadas mais bem tratadas da casa. Tem acesso a tudo. Ouve tudo. Sabe tudo que se passa naquele teto. Apesar de estar acostumada, não se sente a vontade na presença de Lord Ernest.
           
Linda: A porca de estimação de Lord Roni. Sempre paparicada. É quem muitas vezes dita as regras da casa. Já que nada pode ir contra seus caprichos suínos.

A Chegada

A tarde caia. Na varanda três degraus acima do chão. Lord Ernest. Acabara de chegar. Pontual como sempre. O chá das cinco estava sendo preparado.

- Sempre pontual, caro amigo - disse Lord Roni.

- Sempre, sempre! - respondeu alegremente Lord Ernest.

- Mas entre logo. O chá já está a mesa. - disse Lord Roni, encaminhando-se e levando consigo o amigo para a sala.

O Chá

As xícaras foram cheias. Os bolinhos estavam quentes. Os senhores tomavam chá elegantemente.

- E Linda, como está?- perguntou despretensiosamente Lord Ernest.

- Muito melhor agora. Gastei mais de 2000 níqueis em seus cuidados nos últimos dias. Pois bem sabes, está grávida e é muito sensível, coitadinha. Quero que tudo ocorra bem à minha Linda.

A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE I - O ÚLTIMO PÊNIS DO UNIVERSO


O mundo mudou, o Universo mudou, um certo pontinho azul, outrora chamado Terra, não mais existe. O acúmulo de metano oriundo das flatulências bovinas pos fim a tudo quando uma grande nação daquele pequeno planeta resolveu usar a cupidez humana em favor de mais uma guerra sem valor: todo os gás queimou, depois explodiu por conta de algum tipo de reação química estranha às leis (como eles chamavam mesmo???) da ciência que passaram milênios desenvolvendo. Lorimu, O Magnta do Petróleo, foi o único sobrevivente daquela tragédia cósmica. Na ocasião havia se recolhido para a Lua do dito planetinha, lá tornou-se o maior explorador de Petróleo Lunar do Universo Conhecido.

Em tempos remotos esteve envolvido na extração de um tipo inferior de ouro negro numa região conhecida como BraZil, por alguma razão algumas pessoas preferiam escrever Brasil, apesar de hoje os estudiosos da área de Povos Primitivos da Era da Hipocrisia saberem que a letra correta era o Z, pois os habitantes estranhos desse país relegavam sua riqueza a um certo EUA. Localizado ao norte, tal povo mantinha a tradição de ignorar os desejos de outros povos, por mais simples e lógicos que eles fossem. Mesmo o Sistema Internacional de Unidades (SI) da dita "ciência"  eles negavam a usar, pois seriam obrigados a comprar 453,6 gramas de geléia ao invés de 1 libra, a propósito a coisa chamada ciência era uma área infestada de falhas grotescas, chegaram mesmo a afirmar que a velocidade da luz era insuperável... Pobres ignorantes! Com concepções tão atrasadas jamais chegariam a assistir uma mundana corrida de dragsters categoria dobra 3!

Como o protagonista da nossa história é o único terráqueo remanescente no Universo, vamos nos ater um tantinho mais em certas manias daquele povinho autointitulado humanidade...

A VIDA DE ALINE - PARTE II, FINAL


Finalmente a tarde chega e com ela a visita a qual Aline ansiava: sua prima Carol.

As duas aproveitam a garoa de verão e vão brincar no barro que se formou no quintal, depois de algumas horas brincando ouvem a mãe de Aline gritar:

- As duas, já pro banho!

Depois de alguns resmungos atendem ao pedido.

As duas se trancam no banheiro, ligam o chuveiro e começam a tirar a roupa.

- Prima! Aquela brincadeira também funciona no sofá novo! – diz Aline.

- Claro, bobinha! Eu conheço uma brincadeira nova, ainda melhor!

- Qual?

- O nome desta é “Xaninha-com-Xaninha”, mas você não pode contar pra ninguém, promete?

Aline termina de tirar a sua calçinha e promete segredo, empolgada com a nova brincadeira.

DISCORRA BREVEMENTE



Fiz tudo da forma que deveria. Não me importei muito com as consequências, fui lá e fiz; uma, duas, três vezes. Pra mim sempre foi fácil entender o comportamento humano, pois tal ser sempre foi escravo da cupidez e da fantasia, basta entender que eles vão morrer em 25.000 dias e que a única coisa que buscam é a reprodução.

Todo o fervor da mente Homo sapiens acaba em gemidos e suor, toda a poesia e música e todas essas coisas julgadas belas terminam em dois corpos friccionando-se um no outro, sujos com a imundice terrena pela busca por rebentos, encartidos por fluídos corpóreos malditos e fétidos. Todos padecem desse mal, desse vício asqueroso que derruba o homem no limbo da sujeira moral.

A simplicidade das coisas como são se manifesta no dolto tanto quando no ignaro; um ou outro geme, as vezes só, as vezes com alguém ou alguma coisa... Um pênis entra ali e aqui, sai cagado ou molhado, mas só recua pra avançar novamente, sempre rumo ao inútil e primitivo orgasmo.

PUNHETINHA- ESBOÇOS DOS VELHOS TEMPOS À ERA TECNOLÓGICA


Então um certo barbudo disse que os homens perfeitos deveriam entender e querer atingir algo para além da realidade. Nós deveríamos desejar esta perfeição. E embora nunca fosse possível alcançá-la, ainda assim deveríamos nos aproximar. Isto para sermos recompensados num mundo perfeito. Havia outro que concordava com quase tudo. Ou pelo menos dava a entender coisa parecida. No entanto havia uma grande diferença. Este último acreditava que este modo de agir deveria se dar desta forma porque assim é o certo, aqui e agora.
            
Bom, todavia eu discordo. Acho que discordo. Gosto mesmo é de me masturbar toda manhã. Basta isto para me sentir completo e perfeito. O resto é o resto. Todo dia quando acordo me masturbo. Ali mesmo, na cama. Olho para cima. Imagino algo que me excita e pronto. Um dia desses divago por escrito sobre estes pensamentos.

Mas vamos ao ponto que quero chegar. A MASTURBAÇÂO no século XXI.
            
A masturbação, acima de tudo, é ou deveria ser um exercício máximo da imaginação humana. Todo o corpo sendo movido pela mente criativa. Lindo. Porém o que vemos hoje são jovens cada vez mais afoitos. Ejaculação precoce. Meninas que não conhecem o corpo e nunca tiveram orgasmo. Tudo isso é culpa da tecnologia, da internet e seus infinitos “bites”.

O FIM


Acordo com o despertador tocando, desligo-o e viro-me para acordar meu marido.

Em todos esses anos de casamento ele nunca conseguiu acordar com o despertador, o despertador sempre me acorda e então eu acordo ele, digo, acordava.

Encosto em seu ombro, ele estava virado para o outro lado, nenhum sinal.

Insisto... O despertador no meio da madrugada servia para ele tomar os remédios que precisavam ser nesse horário, temia que isso fosse acontecer a qualquer noite.

O que será de mim agora? A solidão me acompanhará pelo resto de minha vida e é a última noite que tenho o corpo de meu marido ao meu lado.

EDITORIAL - NONA EDIÇÃO!

Porque é esta merda toda. Tô bêbado e tenho que escrever esta porra de editorial. Esta edição saiu toda a moda louca. Porra louquice. Mas é isto ai. A equipe da Hot se encontrou fisicamente e a bebida ofuscou nossos sentidos.

Mas vamos ao que deve ser dito: aqui nesta edição tem um santo que satisfaz os defeitos mais luxuriosos dos bebuns. E tem mais uma vez a inocência. O fétido odor de fritola virgem. Menininhas descobrindo os prazeres sexuais.

Para além disso, voltamos à merda toda: o mundo inteiro e a vida medíocre que todos estamos condicionados a viver. Por que não se matar? Partir desta para o inferno. Fazer sexo com as capetinhas gostosas.

E pra acabar esta porra toda, vamos à raiz do problema: os sexos. Homens e mulheres. Necessários uns aos outros. E ao mesmo tempo cheios de conflitos.

Fiquem em paz e gozem nos lençois.

TRANSCRIÇÃO DO FILÓSOFO AO SUICÍDIO


Eis meu elogio ao suicídio:

Abra seus olhos e acorde para a verdadeira realidade...

Contempla o mundo em sua mente, sem negar que ela (sua mente) seja parte dele. Da forma como concebe o mundo, tem convicção que a única parte que pode alterar diretamente você é chamada de “eu”.

Mas será que pode mesmo alterar?

Alguma vez já parou para questionar sua própria liberdade?

A BENÇÃO DE SÃO MARTINHO


Levantei-me, dei alguns passos e vomitei. Aquela merda toda espalhada pelos quatro cantos do lugar. Estava bebum e precisava fazer aquilo. Na verdade eu gostei. O lugar era perfeito, uma nojenta igrejinha (ou pelo menos aparentava ser uma igreja), onde umas 9 pessoas estavam reunidas no momento para organizar uma festa qualquer para um santo qualquer.

Por que eu estava lá? Boa pergunta. Eu não sei exatamente como parei neste local.

NA LATA


A humanidade é coisa pouca; medíocre e pequena. As mulheres, em especial, sempre tentam passar uma atitude submissa, elas mesmas não se dão conta do que fazem, mas é engraçado assistir em vídeos, juntamente com elas, os inúmeros indícios de interesse que, literalmente, elas jogam nas fuças dum homem qualquer (as expressões faciais são as melhores).

A VIDA DE ALINE - PARTE I


Era um sofá velho, marrom e com as guardas redondas, decorado com almofadas e posicionado frente à TV. Nele sentava-se Aline todas as manhãs para assistir desenhos.

Aline era uma garotinha normal, como qualquer outra aos 9 anos. Sem seios, sem pelos pubianos e com um rostinho ingênuo que só os pais achavam bonito.

Certo dia Aline recebeu a visita de sua prima, Carol, 11 anos, não muito diferente de Aline, a não ser por um detalhe: ela já conhecia mais o seu corpinho.

Assim que a mãe de Aline foi para o mercado, deixando-as sozinhas, Carol começou um diálogo que mudaria para sempre a vida da jovem Aline:

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO - PARTE IV - A CABANA FÁLICA


A bela Alice seguia sua caminhada delirante em busca do nada e mais alguma coisa. Perambulando loucamente, saltitando faceira. Deixando a mostra suas coxas, dando margem para se pensar besteiras.

Dava pulinhos lúdicos e a saia subia.

Foi então que percebeu que não estava sozinha. Alguém a seguia. A noite estava chegando e uma das 32 luas no céu despontava. A floresta negra mudava sua tonalidade de acordo com o aparecimento das luas.

Alice ficou parada no meio da estrada. Confusa e assustada sabia que tinha mais alguém ali, mas não via nada.

Seguia adiante. Foi então que percebeu uma pequena trilha que saia do caminho principal. Achou que o certo a fazer era segui-la. Assim o fez. A trilha desembocava na porta de uma cabana. Uma cabana diferente. Vermelha. Chamativa.

TE CUIDA, NEGO!


Então, eu tava ouvindo Chico; por me deixar, por deixar, pelo prazer; pelo etc... Poucos sabem, aquela vida carioca suja e mal feita... mas não só por lá, por toda parte; a virtuda é coisa tão rara que povo algum tem o direito de revindicá-la, nem que seja mera distorção da mesma raça.

Nessa parte, que um certo professor que eu tive não gostava de falar (não somos raças! Não somos cães! Portanto não podemos ser tratados como tal!), gostava ele de bradar, como o resto da cachorrada... Bem... Nessa parte sigo ouvindo Chico, esse conto em verdade trata dessa cara, coisa simples, sem sofisticação; é assim mesmo, o cara é só um homem, dos bons, mas ainda um homem. Paro de enrolar e mando uma história VERÍDICA sobre o tal Cara:

EDITORIAL - OITAVA EDIÇÃO!

Uma fritola é o bastante para tornar o homem um ser ávido por sexo, quando a mulher vem com duas, nem mesmo um local público é o suficiente para segurar a ânsia por prazer, que pode ser despertada mesmo por seres de outra espécie, sábios apreciadores do mel feminino. Mas nem sempre a relação acontece a seco, um quarto barato de motel decorado com uma camisinha usada jogada num canto pode despertar certos questionamentos inúteis que se resumem sempre ao príncipio da vida: sexo. Coisa tão forte que pode tornar a relva do mundo o ninho dum casal libidinoso que, certamente, não sabe o X da Questão.

Se quiser entender o que se passou ai em cima, leia os contos aqui embaixo, enfie o dedo na garganta, talvez o conteúdo do seu estômago nos dê algumas ideias.

O X DA QUESTÃO - II


Algumas pesquisas a mais, acabou se deparando com o endereço de um grupo que parecia entender bem do assunto e não demorou até ir ao seu encontro. Sala escura, cinco rapazes e as duas moças, reunidos no sótão de uma velha casa caindo aos pedaços. Diversas pinturas curiosas feitas sobre as madeiras que forravam o ambiente iluminado por velas.

- Tem certeza de que isso vai me ajudar a encontrar uma resposta? – disse.

- Certamente, o ritual jamais falha.

O GOZO DA APICULTORA


Anabela era bela. Virgem. A imaculada da pequena cidade. Mal sabiam os concidadãos as depravações que passavam por aquela “inocente” mente.

Anabela tinha o diabo no corpo. Sabia disso e não fazia questão de tirar. Gostava da ideia de queimar no fogo do inferno, enrabada pelo encapetado.  

O diabo devia ter um pau maior pensava ela. Mas não era o membro masculino que mais fazia Anabela ter tesão.  Ela se masturbava ouvindo o zumbido das abelhas. 

Seu pai era apicultor, Anabela aprendera com ele tudo sobre essas criaturas. E com o tempo, por razões desconhecidas, começou a sentir um desejo sexual pelas abelhas.

PORRA DE FILÓSOFO

 

- Gosto de fumar depois de uma foda, me sinto num filme de Holywood.

- Sério? Interessante...

O suor estava no ar, a camisinha gozada no chão, o casal numa cama de motel.

- Que tu faz mesmo?

- Sou filósofo.

A face dela contorceu-se, como se a sua cabecinha de puta tentasse puxar do rosto a resposta à pergunta que por lá corria solta: Que porra um filósofo faz?

- Você deve estar se perguntando: Que porra um filósofo faz?

LEMBRA-SE?



Já é tarde. A luz da lua penetra pela janela junto à brisa, envolvendo, entre sombras, meu corpo nu. Uma vela acesa, trêmula, reflete a imagem de garrafas vazias e papéis sobre uma mesa velha. Cá estou. Desejo febril. Meu corpo transpira pelos poros memórias gravadas no âmago. Meus cabelos, bagunçados, levemente movimentados por essa brisa, caem sobre meus ombros, e além, numa tentativa tímida de ocultar aquilo que a natureza não considera obsceno. Caminho descalça por entre os tacos que revestem o chão dessa cabana que oculta meus segredos, enquanto a penumbra faz aparecer na parede as curvas de meu corpo, num movimento suave como o balançar das árvores. Recosto-me na janela, onde meus ombros refletem a alvidez do luar, imitando-a e captando do astro lembranças ocultadas pelo silêncio da noite.

RACHA NA PERNA


Estava no ônibus. Gosto de andar de ônibus pela cidade. Fico pensando na vida, e chego à conclusão nenhuma. É reconfortante. Fico vendo os tipos que sobem e descem do expresso. Velhos, crianças, jovens, adultos.  Pessoas feias. Pessoas bonitas. Apressadas. Tranquilas. Estranhas de mais. Normais de mais.

Rostos e mais rostos. Mentes e mais mentes. Eu fico imaginando o que se passa dentro da gosma gelatinosa de suas cabeças. Mas não sei direito nem o que se passa na minha. E sigo assim de ponto em ponto.

Mas numa dessas andanças, tive o desprazer de pegar o ônibus muito lotado. Odeio isso. Gosto de ficar sentado num canto observando tudo. Mas já estava lá dentro e iria pagar para ver. Senhores, talvez tenha sido a decisão mais acertada de minha vida. O que vou relatar agora; creio que ninguém mais tenha visto.

MORCEGONA


Sou só uma adolescente estúpida. O duro dessa droga é saber que sou estúpida. Conservo todas as fantasias universais das menininhas “rockers”: idolatro os ídolos do Rock; acho cabeludos drogados o máximo; visto-me como uma mamífera voadora e penso ser imune ao Tempo. Na verdade já passei dos quarenta e tento de todas as maneiras voltar aos velhos tempos...

Hoje resolvi me enfiar num antro de jovens, uma festinha de Rock entupida com bandas com vocalistas que não sabem nem a própria língua e se aventuram em cantar noutro idioma. Bem... Eu sempre acabo me conformando com esses detalhes, afinal, o meu objetivo é um mancebo cabeludo. Seja como for, a bebida sempre acaba por esconder os defeitos, por isso busco sempre os que têm um copo na mão.

EDITORIAL - SÉTIMA EDIÇÃO!

Dúvidas. Confusão. Perversão. Insanidade.

Se não sabes as respostas dos labirintos da mente humana quando o refúgio se da no prazer sexual,  a Hot Fritola não irá lhe responder.

Apenas abrimos as portas e os brindamos com as desventuras de um travesti em busca do seu eu. O contato profundo de uma simples mulher com um ser do espaço longínquo. Com os escritos de um  "doído" sobre sua nostálgica infância onde se refugiava num ato  beirando a inocência e a perversão incestuosa. Com uma jovem que descobre, que como muitos de nós, possuir um desejo sexual fora do comum..."Poppers ou non-poppers, eis a questão". Com os questionamentos simplórios de um certo Burg sobre a sexualidade humana(você transaria com sua avó?). E a continuação da saga de Alice no País da Perversão.

ps: As COLAGENS que ilustram os contos são ORIGINAIS do blog, mas possuem em sua composição obras de arte de artistas como: Magrit, Picasso, Chirico e Sylvia Ji.

LOONERS!


Eram lindos. De todas as cores.  Estavam a sua frente. Ela gostava. Desde pequena sempre gostou da textura, das formas (embora preferisse a clássica: redondos). Nas festas de aniversário nunca se importou muito com presentes. Eles importavam. Queria muitos. Amava ficar no meio deles, tocando-os em seu corpo.

Agora era um pouco diferente, 16 anos, o mundo mudava. Sentia algo despertar em seu intimo quando os tocava. Sentia subir um calor entre as pernas. Umedecia sua vagina ao sentir o cheiro. Estremecia de prazer.

A MENTE DE BURG


REFLEXÃO I 

- Como os gordos transam?

- Cara, os gordos não transam?

- Claro que transam!

- Cara, todos sabem que isso é impossível. Gordos não transam, isso é absurdo.

- Claro que transam! Seus pais são gordos! Se os gordos não transam, então como você nasceu?

- Cara...

- Que foi?

- Sou adotado!

Burg nunca havia pensado nisso.

O X DA QUESTÃO - I


Dez horas. Toca o despertador. Despertador? Não, telefone: uma de suas amigas convida-a para passar mais uma tarde no Shopping Center. E assim começava mais um dia. Café da manhã, banho quente, espuma. Horas em frente a um espelho, preparando-se para um dia duro, enfrentando escadas rolantes e vendedores amistosos. Esse era seu trabalho: gastar, vestir-se bem e distrair-se o suficiente durante o dia para deixar a política agir após o jantar. Bem sucedida, sofisticada, amante milionário. Tudo vai bem. Observa-se fixamente no espelho, seminua. Está ótima. Fita a imagem atentamente. É difícil compreender o que se passa na cabeça de uma mulher de meia idade. Até que um dia ela se questiona sobre o que passa por entre suas pernas...

Era uma mulher como todas as outras, exceto por um único detalhe: entre suas pernas, no lugar de uma vagina, um pênis a premiava. Acordava todos os dias, olhava-se no espelho e lá estava ele. Não se engane, era madura, bem resolvida e sabia exatamente aquilo que lhe dava prazer... Mas ainda restava-lhe esta dúvida.

- Por que um pênis onde poderia haver uma vagina?

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO - PARTE III- O GRANDE SÁBIO ESCROTAL!


Depois da fálica viagem elefântica, a menina foi levada ao encontro do sábio mais sabido de todos. Sabedor da grande ciência das coisas que não faziam sentido, mas de tanto não fazerem sentido acabavam por fazer, tornando-se assim uma ciência das mais importantes para aquele lugar.

O sábio era estranho. A menina não quis falar, mas ele tinha sacos escrotais enormes, que reluziam feito ouro. Na verdade ele parecia ser apenas saco, olho nariz e barba. A boca se escondia entre o cachimbo e a espessa barba.

Ele deu três longas baforadas e pronunciou a seguinte poesia, declamando ao som de um estranho instrumento tocado por um pequeno sapo invisível: 

Por entre a verde floresta irá passar
Continua em frente, sem cantarolar
Se acordas o Clitochupiris , problemas irá ter
Ele a pega e a encanta, e encharca de prazer
Mas nada é só doce, minha criança

MASSAGEM


Hoje nem ao menos nos falamos. Ela me considera um doído. Todos ao meu redor me consideram um doído: família; amigos; vizinhos; qualquer um. Aonde quer que eu vá o olhar inquisidor das pessoas me leva à estaca e me queima, sou como um feiticeiro nos tempos modernos: sou temido, mas não respeitado. Conspiram contra mim. Hoje até ela conspira, apesar de ter, em tempos passados, se deliciado com o toque hábil das minhas mãos em seu corpo.

ENTREVISTA COM ADILEINE


Repórter: - Nosso incrível jornal conseguiu em primeira mão uma entrevista com a Sra. Adileine Rosa, que passou por uma terrível experiência neste final de semana! Ela foi estuprada por um ser extraterrestre! Conte-nos o que aconteceu...

Adileine: - Eu estava como de costume fazendo minha corrida matinal, ainda eram cinco horas da manhã, não havia ninguém na rua quando ele apareceu...

EDITORIAL - SEXTA EDIÇÃO!

A pureza perdida e mantida em meio ao esplendor da Natureza ativa e passiva e o estranho mundo de um flautista chamado Flautista, de um touro chamado Touro e de um tempo chamado Tempo, mesclam-se à antiga brincadeira da infância (em uma abordagem Hotfritoliana).

A fonte do prazer pode surgir das ações mais inocentes e tornar os puros impuros, pois o Tempo nos furta a beleza da infância, portanto devemos ser rápidos e aproveitá-la enquanto ainda a temos. A triste verdade.

A Hot 6! não possui objetivo algum. Se você busca aprender algo com os nossos textos, encontrar alguma verdade aninhada em meio ao caos textual abaixo, deslumbrar alguma lição de moralidade ou algo parecido, dê o fora, está no lugar errado. Aqui o caminho é o ócio e o gozo do agora, a negligência e a imoralidade. Se isso que quer, coma e regurgite nossos contos!

A FLORESTA NEGRA


A Floresta Negra, amaldiçoada por seres cuja nossa compreensão não é capaz de alcançar, em uma era anterior ao nascimento dos deuses.

Nela vaga uma pobre menina, a neblina e o orvalho não a impedem de continuar, tão pouco os gemidos das árvores em eterno lamento.

A menina vaga nua, no dia do seu décimo segundo solstício, seus cabelos lisos e loiros deslizam por seu corpo puro e seus olhos determinados a seguir em frente parecem não enxergar todo o perigo que a cerca.

CALCINHA ROSA


Calcinha rosa, defecada. Havia alguns pêlos. Tomei em mãos, olhei com atenção, tive vontate de cheirar, não cheirei (afinal havia esterco ali, esterco humano). Tinha treze anos, a dona da calcinha, não a calcinha (ora! pensas acaso que sou um “geriatrifilo”?). Quase no ponto... se não fosse minha parente a comeria. Ora! Que importância tem!?

O DIA EM QUE MATEI A VELHINHA DOS DOCES (RELATO DE UM HOMEM ESTRANHO)


Eu tinha 12 anos. A vida era bela. Morava com meus pais. Sempre cercado de amor e carinho. E ainda tinha uma vizinha muito querida.

Era uma típica vovozinha.  Grampo no cabelo grisalho. Mãos enrugadas. Boca murcha e ressecada. Era também excelente doceira e especialista em puxar bochechas de menininhos como eu.

Eu a visitava com frequência. Ela sempre me esperava com uma mesa farta de comes e bebes.  Doce das mais variadas formas e sabores. Eu comia feliz olhando para a velha senhora. Mas apesar de tudo, havia nela algo que me incomodava.

TATATÁTUM


Nasci diferente... Nasci tatatátum.

Nasci pro mundo errado, aqui não me entendem, aqui são todos tchuimtchuim...

Tratam-me mal porque sou diferente, mas tenho orgulho de ser tatatátum.

O FLAUTISTA


Vivia num campo de cogumelos, o Campo dos Cogumelos Elísios. Ali o Tempo não ia nem vinha, ficava onde estava; inerte e preguiçoso, só mais vadio que as horas que cismavam em nada fazer era um tal de Flautista, era esse mesmo o nome, ao menos era por esse substantivo próprio que ele atendia quando era solicitado pelo seu exótico harém.

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO PARTE II - ELEFANTE COLORIDO


De repente do caos se fez mais caos. E o mundo da pequena girou. Vestido. Laços. Sapatilhas. Tudo voou. Elefantes dançavam com seus falos pendendo de um lado para o outro. A menina não sabia o que fazer. Um elefante adentrou o lugar e começou a dizer:

- Acalmem-se crianças. Temos visitas! Parem! Parem com a dança. E olhou ternamente para Alice.

EDITORIAL - QUINTA EDIÇÃO!


Nesta quinta edição a Hot expressa-se de forma variada. A poesia entra pela primeira vez nestas páginas depravadas com  "Punhesia Solipsista" em sua totalidade. No conto “Cereais” ela aparece fazendo uma pequena ponta musical. E no conto “Alice no País da Perversão” também se visualiza a poesia imoral.

O misterioso protagonista do conto Apocalíptico deixa sua essência sombria nos seus primeiros aparecimentos nas profundezas da Hot.

Os contos “Simplesmente Maçã” , “Cereais” e “ A Feliz Morte da Queixa no Vaso Azul” mostram as diferentes (ou não) atitudes extremas nos relacionamentos problemáticos.

O conto Alice no País da Perversão vem trazendo o nonsense para dentro da hot, parodiando de forma depravada uma outra história por nós já conhecida.

CEREAIS


Seria bom chegar em casa depois de um dia difícil no trabalho e não ter de ouvir a voz insuportável da minha mulher. Eu deveria ter deixado ela no altar e ter fugido com aquela prostituta de beira de estrada que os meus amigos conseguiram pra minha despedida de solteiro, mas não, eu queria conservar minha palavra, manter minha honra.
     
Atualmente eu me pergunto: por que eu li toda aquela besteira sobre samurais? Acho que foi essa baboseira que fez com que eu ficasse com tanto receio de me mandar; hoje eu poderia estar em alguma praia da Bahia tomando água-de-coco, ou talvez em algum cemitério pra indigentes, afinal de contas, nunca se sabe quando uma prostituta está preste a te levar pra uma armadilha. Talvez isso tenha sido paranóia minha, sei lá, mas agora não importa mais.
     
Droga! Eu tenho um problema muito grave aqui, tu não percebe?

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO - PARTE I - FALO DE ASAS


Então a menina parou e diante dela abriu-se um buraco gigante. Um buraco preto e com pêlos que a sugou num instante. Caindo ela observava o mundo estranho em que se precipitava. De repente a queda cessou. E subitamente ela parou. Seus pés dançavam no nada. A sua frente uma gaiola enferrujada. Onde uma coisa estranha  assobiava uma canção medonha.
            
O animal em questão tinha asas. Coloridas eram essas asas. Seu corpo parecia um pênis enrugado.  Muito, mais muito bem circuncidado. Com um grande saco. Um sombreiro vermelho. E um cacho de pentelhos.
            
O suposto Pênis de asa a olhou. Ah! Ele tinha um olho enorme e gordo. E disse-lhe: